quarta-feira, 2 de fevereiro de 2011

Dublin, Edimburgo, Belgica, Barcelona: um resumao

Eu cheguei do primeiro roteiro no sabado a noite, viajei novamente na segunda a tarde. Quando eu programei esse roteiro, com certeza eu tava achando que cachaca era agua. Certeza. Passei o domingo arrumando as malas de volta pro Brasil (mas eu continuo so voltando dia 07 de marco! foi so pra poder dar check out na residencia..), a segunda pela manha tambem, e a tarde resolvendo a burocracia, pegando o comboio pro Porto, o metro pro aeroporto, o aviao pra Barcelona. Morta de cansada, eh verdade (perdao pela ausencia de acentos, aparentemente o teclado espanhol tambem eh muitxo doidxo), mas nada que duas noites de sono bem dormidas nao tenham resolvido. Agora tou aqui, no hostel, esperando mamae chegar. Passamos o dia aqui e amanha, cedinho, vamos pra Veneza. De la, pra Paris, dia 5, onde ficamos ate o dia 11. Mamae volta pro Brasil, eu dou uma passadinha em Milao e dia 12 volto para Braga. E depois... depois eh outra historia.
Do que ja passou:
1. Londres eh linda. Linda, linda, linda. Eu sei que ja disse isso, mas eh so pra relembrar. Eh linda.
2. Em Dublin, fomos muito bem recebidos por um casal de amigos, Alessandra e Raphael. Como estavamos bem cansadas, fomos meio mortas nessa viagem.. mas, ainda assim, acredito que tenha dado pra ter uma boa ideia da cidade. Desconhecia o fato de que era necessario passar pela imigracao, para entrarmos na Irlanda. Mas - dessa vez - foi tudo tranquilo. Digo dessa vez porque na imigracao da Inglaterra pegamos uma mulher de mau humor, chata, irritante e irritada. Tambem deu tudo certo, mas eu admito que antes de dar certo eu me tremi do dedinho do pe ao fiozinho de cabelo. Em Dublin, nenhuma pergunta alem do normal (de onde viemos, para onde vamos), era um rapaz simpatico, tudo bem, podem passar. Dublin deve ser mais interessante no verao - assim como toda a Europa - com todas suas paisagens rurais e tudo mais, tudo aquilo que a gente ve nos filmes. Mas, ainda assim, foi bom. A desculpa? Eh bom conhecer no inverno, porque da o gostinho, a vontade de voltar no verao pra ver como fica. Visitamos a Grafton Street e descobrimos que ja ha dois anos Bono faz um show ali, no fim do ano. Eu nao conheco muito as musicas do U2, mas uma delas eu acho sensacional, pela historia e pela letra. All that you cant leave behind.  - (and love is not the easy thing, is the only baggage that you can bring, is all that you cant leave behind) - Fomos a fabrica da Guiness, pagamos 11 euros pela entrada (com cartao jovem). Vale a pena. O livro de recordes Guiness tem a ver com a cerveja. Nao exatamente com a cerveja, mas com um dos antigos diretores da empresa. Foi ele que comecou essa historia de recordes, livro e tudo mais. E o gostinho aparentemente de cafe na cerveja nao eh cafe.  (e essa cerveja tambem fede e tambem eh horrivel, mas ta, gosto eh gosto).
2. Edimburgo. A cidade eh calma, tranquilinha. Tranquilissima. Ficamos num hostel... hm... exotico, eu diria. Com uma decoracao... diferente, digamos. Cheia de esqueletos e morcegosz desenhados e bonecas com caras assassinas no quarto. Provavelmente pela ligacao de Edimburgo com os fantasmas, e tudo mais. Acho que eles queriam fazer com que os hospedes realmente sentissem que estavam em Edimburgo. Aquela coisa de ser introduzido na cultura e tudo mais. Nao precisavam exagerar taanto, mas ta. Visitamos os castelos, os dois, mas so conseguimos entrar em um. No que a rainha fica quando vai para Edimburgo, nao entramos. No antigo, o Castelo de Edimburgo, onde ha a historia antiga da cidade, da uniao com a Inglaterra, a coroa utilizada pelos antigos reis e tudo mais, nos fomos. E valeu a pena, vale a pena. Fomos ao museu da Infancia, onde ha brinquedos de todas as epocas, de um tempao atras. E essa historia de ursinho de pelucia + crianca comecou a pouca mais de 100 anos. E tem a ve com um ex presidente dos EUA, o Theodore Roosevelt, que se recusou a matar um urso ja ferido, durante uma de suas cacadas. Dai que os jornais (ai esses jornalistas! ai, e me de os parabens, dia 29 foi dia dos jornalistas!) publicaram caricaturas desse episodio, e dai comecaram tambem a ser fabricados os ursinhos de pelucia, os ursinhos ted, ted, theoodore... Conhecemos alguns franceses no hostel, que chegaram na nossa ultima noite por la. Assim que eles entraram no quarto, foi o exato momento em que eu tava treinando o frances com Ingrid, pra quando eu tivesse na Belgica. Eu tava so tentando lembrar de algumas freases importantes. So. Por poucos minutos. Exatamente quando eles entraram no quarto. E acharam que eu sabia falar frances. Droga. Mas logo logo tudo foi explicado (eh obvio que eu nao conseguiria ter longas conversas em frances..) e o ingles facilitou tudo. Pela primeira vez, vi europeus conhecendo a Europa. Parece estranho, eu sei - e tambem acho - mas nos hostels nunca ha europeus.  Ja esses franceses estavam em Edimburgo, iam ainda para Polandia, Holanda, e outros lugares.
3. Belgica. Ai que comecou minha viagem sozinha. Ingrid voltou pra Portugal, eu continuei. Nao gostei de Bruxelas. Achei a cidade sem graca e nem o verao seria capaz de faze-la ficar legal. Vi o Parlamento Europeu, a Comissao Europeia, e uma ironia. Sao milhares de predios, enormes e modernos. E em frente, perto da estacao de metro, um mendigo. E dentro da estacao de metro, outro mendigo. E por entre as ruas dos predios, mais mendigos. Ta. Nao posso falar muito, que nao conheco a politica belga e tudo mais. Mas ainda assim, ironico. E dentro da estacao do metro, presenciei, pela primeira vez aqui na Europa, um assalto. Tinha um senhor, velhinho ja, tirando dinheiro, quando de repente dois homens se enfiaram na sua frente e continuaram a transacao que ele estava fazendo. Retiraram o dinheiro, fizeram baderna... e o senhor la, foi embora pegar seu metro, desiludido. Deu pena, principalmente porque ele ja era um senhor de idade. E medo, claro. Pior que eu nao conseguia achar a saida do metro, fiquei escondidinha, escondidinha...por isso acabei vendo a cena inteira. Depois eles foram embora, felizes da vida.
Fora o Parlamento e a Comissao, vi o menininho fazendo xixi, o simbolo da cidade, o atomo gigante (que nao eh interessante), um Centro de Convencoes, que fica bem pertinho do atomo, lindo de morrer, e tentei ver a Mini Europa, mas ela ta fechada. Ate marco, fechada. Comi o famoso chocolate belga e o waffle, tambem de chocolate. Hahaha! Do chocolate, nao gostei. Era bem amargo e eu sou que nem pirralho, so gosto de coisa bem doce. Mas o waffle, vale mesmo a pena comer. Vale muito a pena comer. Eh muito, muito, muito, muito gostoso. Muito.
- Da Belgica, peguei o trem (que custou 12,90 €) e fui pra Bruges, uma cidadezinha que fica pelas redondezas. Uma cidadezinha linda, encantadora. Linda, linda, linda, linda de morrer. Coisinha de boneca mesmo. Sabe aqueles desenhos animados, de historia de princesa, boneca e ursinho? Foram inspirados em Bruges, com certeza. A cidade eh encantadora e eu quero que minha lua de mel seja la. Dos pontos turisticos, o que tem pra conhecer de mais interessante eh a Madonna, de Michelangelo que fica em uma das inumeras igrejas por la. Fora isso, o bom eh sair andando pela cidade, apreciando cada vista, o tempo inteiro. E ah! As batatas fritas, apesar de  em ingles serem chamadas de french fries, foram, na verdade, criadas por la. E eu provei e elas sao bem gostosas.
No outro dia, peguei o trem de volta para bruxelas, de bruxelas, o onibus para o aeroporto, do aeroporto, o voo para o Porto, do Porto, o metro para estacao de comboio, da estacao, o comboio para Braga, da estacao de comboio de Braga, o taxi para residencia. Quase que um dia destinado a testar os meios de transporte existentes. Gosto mais de trem, diga-se de passagem.
Cheguei em Braga perto das 11 hrs, e o que aconteceu depois disso, ja disse la em cima. Na segunda-feira, peguei o voo para Barcelona, as 7 da noite. E eu contaria o que aconteceu ontem, se eu nao tivesse quase enlouquecendo porque mamae nao chegou. Ja sao duas horas da tarde e o voo dela tava previsto para chegar as 11 e um pouquinho. Ate agora, nada de noticia. Ou ela ta perdida ou o voo atrasou. Uma ou outra, eu vou enlouquecer se eu nao souber o que ta acontecendo em menos de poucos minutos. Enlouquecer, aqui, nao eh uma ideia. Nunca foi.

quarta-feira, 26 de janeiro de 2011

Continuando

O dia seguinte nao foi meu dia de sorte. Definitivamente.

Fomos na London eye (mas nao andamos nela, tava nublado... e era 18 euros!), depois fomos em direcao ao Teatro de Shakespeare... e ai que as coisas comecaram a dar errado. Tem dia que tudo da errado e toda mulher sabe o que eh isso (fui clara?) e, pra melhorar, o botao da calca ainda caiu.
Eh. Ta. Nao era um dia de sorte. O problema era so se isso continuasse ate o fim do dia, ja que a gente iria pegar o aviao pra Dublin.
Mas ta. Eu tou viva. Nao aconteceu nada no voo. Deu tudo certo e chegamos bem em Dublin. Depois eu falo sobre isso mas agora deixa eu dar algumas dicas de Londres...
1. Eh mais valido comprar o cartao diario do metro, que custa 6,60 libras. As coisas la sao bem distantes, nao da pra fazer tudo a pe (e essa eh a opiniao de alguem que ate entao sempre tinha feito tudo a pe, inclusive Roma)
2. Dizem por ai... Dizem por ai que nao vale a pena andar no London Eye. Na primeira volta eh interessante e tudo mais. A partir da segunda, ja se fica desesperado pra que acabe logo, de tedio. Se vc tiver a fim de economizar, uma boa dica eh deixar ela de lado.
3. Quem pegar os voos da Ryanair, escolha o aeroporto Standard. O transfer desse custa 10 libras. Ja o do Charlles de Gaulle, custa 17.
4. Tres dias em Londres sairam por 92 libras. Desconte os 27 de transfer. e os 21 de Hostel. E os 13,20 do metro.

Londres eh super agradavel e eu nao me canso de dizer isso! De todos os locais, o preferido.
Hoje eu tou em Bruxelas, sozinha. Ingrid voltou pra Portugal, game over. Amanha eh dia de conhecer Bruxelas, de tardezinha pego o onibus pra Bruges, uma cidadezinha aqui perto. Dia 29 so, umas 10 da noite, chego em Braga.
Depois falo sobre Dublin e Edimburgo. Agora eu preciso de uma camaaa

quinta-feira, 20 de janeiro de 2011

London

"Mae, eu tou em Londres! Morra de inveja!" hahahah

Em primeiro lugar, perdao pela ausencia dos acentos. Eh o tal do teclado ingles.

Sabe o que dizem dos ingleses, deles serem super frios e tudo mais? Tudo mentira! Eles sao super simpaticos e acolhedores.
A cidade eh linda, linda, linda de morrer. Eu nao reclamaria se fizesse intercambio novamente e dessa vez ficasse em Londres. Nao reclamaria mesmo!
Chegamos ontem, as 8 e 40 da manha. Dormimos no aeroporto, ou melhor.. passamos a noite no aeroporto. Essa historia de dormir no aeroporto definitivamente nao eh comigo. Mas ta. Pra os que gostam da ideia, o aeroporto do Porto eh otimo para se dormir. As luzes ficam apagadas, nenhum auto falante... da pra dormir. Pra quem eh normal. Eu, infelizmente, nao. Fico sempre achando que ou eu vou perder a hora, ou alguem vai roubar alguma coisa, ou qualquer coisa assim. Loucura.
Viemos direto para o hostel, que eh otimo por sinal. Palmers Lodge. Eu indico! O melhor hostel que ja ficamos ate hoje, e eh bem verdade que temos tido bastante sorte com os hostels.
Primeiro fomos a Abbey Street, a rua que da nome ao album dos Beatles e cuja foto da capa nos... tentamos fazer uma imitacao.. hm, bem fajuta. Engracado que o muro do Studio eh todo cheio de assinaturas, mensagens para os Beatles. E na faixa de pedestre, a da capa, existem sempre, a toda hora, os turistas tirando fotos. Isso. Quase sendo atropelados. Mas bem que os motoristas eram bem pacientes...
Falando em turistas, Londres ta lotada de brasileiros! Lotada! Em todo canto tem brasileiro. 
Depois da Abbey Road, fomos em direcao ao museu de Sherlock Homes. Na verdade, na verdade, a casa a qual o livro se refere nunca existiu de fato. Ela so foi construida depois do livro ter sido escrito. Engracado, ne? Na frente do Museu da para tirarmos uma foto com o charuto e a boinazinha de Sherlock. Ra!
Depois, fomos ao British Museum. Um museu cheio de objetos do mundo inteiro. Incrivel! Tem muita, muita coisa. Infelizmente nao deu para ver tudo. Tava bem tarde e ja estavamos mortas de cansadas. Mas so em dar o primeiro passo no museu, voce ja se sente dentro da historia, isso eh um fato. Eh cheio de objetos da Grecia antiga, do Egito, Roma. 
Voltamos para o hostel, e depois de 30 horas sem pregar o olho, dormimos feito pedra.
Ja hoje foi o dia do Big Ben, do Parlamento, de ver a troca da guarda no Palacio de Buckingham, de fazer piquenique no Gardens Palace, de irmos ao Museu de Historia Natural, de passear pela Picadillys Circus.
Ja sao 11 horas e eu tou morta, e amanha o dia vai ser longo, mas so um comentario: vale a pena, tudo isso. Ate a troca da guarda, que eu nao esperava muita coisa, eh um ritual lindo. E aqueles soldadinhos existem! Aqueles com aquele treco esquisito na cabeca hahah E ah! Eles tem uma peninha naquele treco. Uns tem uma pena azul, outros, branca. 
E no Museu de Historia Natural da para passar horas e horas. Tem macaquinhos empalhados (Raaaaa! xD), uma parte destinada ao corpo humano, fosseis de animais que viveram a milhoes de anos atras.. tem de tudo! De tudo que eh interessante. 
E agora ta. Amanha eh dia de visitar o London Eye, a London Bridge, as Torres de Londres, o Teatro de Shakespeare e o St. Johns Paul x)
A noite, as 9 hrs pegamos o voo para Dublin, e as 11, estaremos na Irlanda!

ps: As fotos ja estao no facebook (clique aqui)

sexta-feira, 14 de janeiro de 2011

Algumas dicas úteis

Pra quem pretende vir ou pra quem já tá vindo, aqui vão algumas informações importantes:

- Dá para se viver em Braga tranquilamente com 300€ por mês. Ninguém confia nisso por ser Europa e coisa e tal. Mas Braga é uma cidade pequena, e barata. Relativamente barata. O fato é que com 300€ dá sim para cubrir despesas "básicas" (aqui incluo transporte, alimentação, 10€ de carga no celular, alojamento e 50€ para outras necessidades)
- Não se espante por eu ter colocado "só" 10€ de carga pro celular. Explico: aqui em Portugal existe uma empresa chamada Vodafone, que é a salvação de muitos. Aqueles que fazem parte do mesmo plano podem fazer ligações e mandar sms ilimitadamente, de um celular - ou telemóvel, como os portugueses dizem hahah - para o outro. Além disso, por 1€ você compra o Aditivo Brasil que é válido por 3 meses e você pode ligar por 0,09€ o minuto para telefone fixo no Brasil ou 0,24, caso seja celular brasileiro.
- Uma coisa que vale a pena comprar por aqui é coisas eletrônicas. Celulares, computadores. E roupas. Existem algumas lojas no shopping como a Bershka, a Zara, H&M e Estradivarius que vendem blusinhas por 5,99€, 7,99€, 9,99€. E nos meses de janeiro e fevereiro e no meio do ano o shopping inteiro entra em saldo. E os saldos não são iguais ao do Brasil. É possível encontrar blusinhas por até 3,99€, e descontos de até 70%.
- Relativamente ao transporte, os alunos têm direito a fazer um cartão do TUB (Transportes Urbanos de Braga) por 17€ que lhe dá direito a andar o mês todo de ônibus - ou autocarro, linguagem portuguesa - ilimitadamente. Há também outra opção, que é a de carregar o cartão com a quantidade de viagens que o estudante quiser, pela metade do preço. O custo da passagem é 1,30€. Caso seja recarregado no cartão, sai por 0,65€ cada passagem.
- Braga é, de fato, o cemitério dos guarda-chuvas. Essa semana eu perdi as contas de quantos guarda-chuvas eu vi quebrados no meio da rua. E eu tenho um débito de 6. Isso. Já perdi seis guarda-chuvas. Então pode se preparar. Cada guarda-chuva é aproximadamente 5€.
- A cidade foi invadida pelos chineses. Aliás, eu diria que o mundo foi invadido pelos chineses. Aqui, há o Cheio-Cheio, o mais conhecido de todos. Lá é ótimo para se comprar essas coisas de casa: prato, copo, etc. E outras coisinhas também.
- Na residência, não há fogão. Há apenas microondas, nos blocos A, B, C e D. No meu, no E, não tem, acredito que por conta do laboratório de informática, que é aqui. Bem lógico, claro. Mas mesmo só com o microondas, dá para cozinhar. A ficha do restaurante é 2,40€. Se um grupo de pelo menos cinco pessoas se juntarem e comprarem coisas como arroz, feijão (de lata), macarrão, peixe empanado e salsicha, dá para gastar em torno de 3€ por semana com os almoços, por pessoa.
- Pra quem gosta de sair à noite, há o Sardinha. E o BA. E o Bar Vieira. E outros cantos mais. Só que diferente de como ocorre no Brasil (ao menos em João Pessoa), aqui a festa começa só lá pras 2 horas da madrugada. Isso, no Sardinha. Que é uma boate, que fica a uns 5 minutos de distância da residência. Na quarta-feira mulher paga 2,5€ e tem direito a duas bebidas (eu disse, Braga é barata).
- E ah! Pra quem tá indo fazer intercâmbio agora, seja qual for o lugar, uma dica: não esqueça de trazer muito, muito mesmo shampoo, condicionador, sabonete, pasta de dente. No Brasil esse tipo de coisa é bem mais barata.
- E por último, mas definitivamente não menos importante, quando for fazer viagens, pesquise as passagens pelas companhias aéreas da Ryanair, EasyJet e, caso vá para o lado do leste, na companhia de ônibus Eurolines. Dá para achar passagens por até 6€ por trecho.

quinta-feira, 6 de janeiro de 2011

Voltei!

Tá. Eu sei que eu tou errada.
Eu sei, de verdade. E não vou mais continuar errada. De verdade.

E hoje eu não vou continuar com a ordem cronológica dos posts. Nem vou fazer um relato de viagem alguma. Dessa vez vai ser diferente. Esse ano vai ser diferente.
2011 começou diferente.
Do mesmo jeito que essas últimas semanas foram diferentes. E talvez tenha sido por isso que eu andei parando de postar.
Dessa vez o post vai ser mais sobre sentimentos que sobre impressões.

Explico.
2011 não vai ser diferente porque eu tou diferente. Costumam dizer que um intercâmbio muda a pessoa, faz a gente crescer. Talvez sim, talvez não. Pra falar por experiência própria, eu prefiro ficar calada. Se eu tiver mudado, de fato, o tempo que vai dizer. E se eu tiver crescido, também.
E eu sei que quem ficou lá, do lado de lá do oceano, também cresceu. Sei que a vida não parou do lado de lá. E que quem tá lá teve inúmeras experiências, como eu, nesse período de três meses que já passou. Só que eu escolhi ter as experiências que um intercâmbio proporciona. E disso eu não me arrependo. E faria de novo. E de novo. E de novo. E mais uma vez. Porque, sinceramente, é algo único.

Não se resume a estar do outro lado do mundo. Nem se resume a estar na Europa. Nem se resume as viagens. Tampouco as pessoas que você conhece.
Na verdade, eu diria que se resume mais ao dia-a-dia. A sentir. A ter chegado aqui com a sensação de que seis meses seriam uma eternidade, e a olhar agora e ver que três meses passaram rapidinho. A ter passado pelo riozinho do caminho pra universidade hoje e ter lembrado da primeira vez que eu passei por ali, e ter saudade disso, antes mesmo disso ter acabado. A sensação de que é um sonho que tá acontecendo. E jájá o sonho acaba. Mas besteira. Era um sonho também João Pessoa. E meu coração tá lá, de qualquer forma. Tá batendo lá, porque lá é minha casa. E se me pedissem pra escolher, Brasil ou Portugal, eu escolheria o Brasil, sem dó nem piedade. O português é mais educado, mas o brasileiro é mais coração. Fico com o coração.

Só que meu coração, aqui, também bateu. E bateu forte. Bateu de saudade, primeiro. Depois bateu de surpresa, de ser surpreendido. Bateu de saudade de novo. Saudade de casa, da mãe, do avô, da irmã, da avó, do pai. Na saída do metrô, bateu de saudade do pai, que ainda nem tinha ido embora. Ele doeu, baixinho. Só que aqui a gente sabe, a gente sabe que não dá pra deixar ele muito no controle. Por mais que você teja triste, não dá pra se deixar afogar. Se deixar, já era. Pelo menos era essa a sensação que eu tinha, que eu tenho. Daí que a gente aprende a controlar o que a gente sente. Se sentir saudade, se segura. Se ficar triste, se alegra. Se se decepcionar, engole o choro, lava o rosto, e estuda, que passa. É assim. Chorei, parei, lavei o rosto, voltei a estudar. Tinha prova no outro dia. E passou. O tempo passou. A gente vai seguindo em frente, até não poder mais. A gente chega no limite, que não sabia que existia.

Um dia, não dá pra segurar. É quando você começa a chorar, feito um bebê chorão, sem conseguir parar, de jeito nenhum. A gente se segurou, tentou fazer a nossa parte. Tentou ser gente grande. A gente tentou. E tentou não se abalar. Tentou ser forte. Lutou, até o fim. Mas aí chega o limite. E quando a gente chega nesse limite, aparece um anjinho na nossa frente. Assim, assim. Papai do céu nos envia um anjo. Que te escuta chorar, das quatro às sete da manhã. E depois ele te mostra mais anjinhos. E te mostra quem te faz confidências. E você, depois de ter tentado ser forte, como nunca foi, depois de ter calado o coração, como nunca conseguiu, depois de ter descoberto um limite, que nunca sonhara que existiu, você se descobre em corações. Descobre um fiapo de sorriso num lugar qualquer. Descobre um cheirinho de amor no ar. De amizade, de carinho. Do outro lado do oceano, do lado de cá.

E agora, a saudade que tava lá, do lado de lá, hoje, tá aqui também. Saudade do que ainda nem acabou, saudade até do que ainda vai acontecer. Saudade de conhecer não só os tantos lugares novos, que ainda vêm pela frente (embaixo, os próximos roteiros), mas saudade disso tudo novo. Eu sei, eu sei que quem ficou lá hoje já tá com estágio. Sei que eu perdi a turma do francês, que talvez tenha atrasado um ano da universidade. Sei que vou morrer de inveja de quem já tá trabalhando. Sei que eu podia tá lá, entrando no mercado. Mas sei também que eu não trocaria por nada, de forma alguma, essa experiência.

De testar todos os limites, de sentir que eu posso ser mais forte do que eu julgava ser. De sentir tudo mais intensamente, mas ainda assim saber que se deve dar um freio, em cada sentimento que se tem. De construir relações que têm data marcada pra ter fim. De não ter aprendido, afinal, a cozinhar bem, a desvendar os mapas, a entender a bolsa de valores.

Mas de sentir, com cada partezinha do meu corpo. A de não deixar ninguém roubar a fé da gente nas pessoas. Que as pessoas valem a pena sim, que existe, sim, aqui, em Portugal, no Brasil, na China, na Espanha e na Itália, gente com muito amor pra dar. Pra dar e receber. Gente que vale à pena a gente conhecer. Lugares que valem à pena um suspiro.

E ser ERASMUS, definitivamente, vale, e muito, à pena.

Porque "quem disse que a infância é a melhor fase da vida é porque nunca foi intercambista"!
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Próximos roteiros:

ROTEIRO 1:
Porto - Londres, dia 19 de janeiro, 06:25 - 08:45
Londres - Dublin, dia 21 de janeiro, 21:55 - 23:20
Dublin - Edimburgo, dia 24 de janeiro, 6:25 - 7:35
Edimburgo - Bruxelas, dia 26 de janeiro, 18:00 - 20:50
Bruxelas - Amsterdã, dia 27 de janeiro, 20:30 - 23:30
Amsterdã - Bruxelas, dia 29 de janeiro, 11:00 - 14:30
Bruxela  - Porto, dia 29 de janeiro


ROTEIRO 2:
Porto - Barcelona dia 31 de janeiro, 6:25 - 9:20
Barcelona - Veneza, dia 3 de fevereiro, 9:40 - 11:15,
Veneza - Paris, dia 5 de fevereiro, 13:15 - 15:10

sábado, 27 de novembro de 2010

Porto - 06 e 07 de novembro

Dia de ir encontrar papai.

No dia anterior, o céu tinha resolvido desabar sobre Braga. Não sei eu já contei por aqui, mas muitas vezes se faz alusão a Braga como sendo o "pinico de Portugal"... e é verdade. Chove, chove, chove. Depois chove mais um pouquinho. E eu devia parar de reclamar, porque nesse exato momento não tá chovendo. Parei, São Pedro. Parei.

Pra acordar, um sufoco. Se o dia não tivesse tão frio, se minha cama não tivesse tão acolhedora, se eu não tivesse ido dormir não tarde... Mas tá, vamos lá. Hoje é dia de ir ver papai. Um pedacinho do Brasil. Primeiro pegamos o autocarro até a estação de comboio, depois pegamos o comboio até Porto. Chegando em Porto, resolvemos que iríamos andando até o Hotel em que papai tava, afinal era tão pertinho... Pertinho, vírgula. Eram só três estações de metro, mas não contávamos com a presença das ladeiras de Porto. Tem muita, muita, muita ladeira. Uma quantidade inacreditável de ladeiras. Portugal é uma academia à céu aberto.

Quando chegamos ao Hotel, papai já tinha saído pra tomar café, já tava voltando. Entramos no hotel, o que iríamos fazer? Conhecer o quê? Não tinha dado tempo, no dia anterior, de fazer o procedimento habitual anterior às viagens: pesquisar o que se deve visitar, como chegar, quais são as dicas (uma boa pedida é o site mochileiros.com). Depois de um tempinho de briga com o mapa (a gente nunca vai se dar bem, eu já devia ter me conformado), me dei por vencida. Pai, eu TENHO que comer. (Quem me conhece, sabe. Tem hora que ou eu como ou eu... como. Sem chance de discussão) Foi a nossa vez (eu e Ingrid) de sair pra comer. Fomos a uma pastelariazinha que tinha bem próxima ao hotel, uma perdição. Aqui em Portugal é cheia delas, uma em cada esquina. Um problema pra quem não quer engordar, claro. Besteira. Quando chegar no Brasil, perde. Papai disse, eu concordei: Quem colocasse uma pastelaria dessas no Brasil ia se dar bem. São muitos, muitos, muitos doces. Muitos doces gostosos, muitos doces bonitos.


Rafinha 0 x 2 O mapa

Papai, que havia ficado no hotel procurando descobrir pra onde iria depois de Porto, foi nos encontrar para que de lá já fôssemos desbravar a Cidade Invicta. Saímos sem rumo, sem lenços nem documentos (brincadeira, pai, prometo que agora só vou andar com meu passaporte). No meio do caminho, encontramos um posto turístico onde pegamos um mapa com os principais ponto a serem vistos: ali estava nossa rota.

O que tem em Braga? Igreja! O que tem em Porto? Igreja! Aliás, o que é mesmo que tem em Portugal? Igreja e mais e mais e muito mais igreja! Começamos pela Igreja e Torre dos Clérigos que à época da sua construção (no século 18) foi o mais alto edifício de Portugal. Ela é bonita, alta, e segundo informações colhidas depois, para se chegar ao topo da torre tem-se que subir 240 degraus. Deus é pai e a igreja tava fechada. Não me levem a mal, mas é que eu ainda tou com um certo receio depois das escadas do Vaticano. E papai tava tão disposto que eu não tenho muita certeza se ele não iria querer subir a torre, caso fosse possível. As igrejas de Portugal abençoam nossas vontades. E os anjos dizem amém.




Chegamos a uma pracinha, em frente ao Tribunal...outono! Naquele dia, ainda se viam as árvores cheias de folhas, todas caindo. Tá bom, tá bom... hoje em dia ainda se vê, aqui em Braga, um monte de folhas, todas caindo. Mas é que já tem umas árvores que tão bem peladinhas. Eu sempre sonhei em presenciar bem as quatro estações... ver as flores, as folhas, sentir o sol e o frio. Hoje, pensando bem, eu dispensaria a parte do frio. Eu sei, eu sei, tou resmungando. Desculpa. Parei.



Visto alguns pontos, fomos à Ribeira. Que é um local lindo, lindo, lindo. Patrimônio Mundial de UNESCO, fica à margem do Rio Douro, cheio de barzinhos, muita gente, super animado. Caminhamos mais um pouquinho, chegamos então a uma das pontes que ligam Porto e a Vila Nova de Gaia. Mas não a atravessamos...ainda. Papai tava todo orgulhoso, se sentindo super disposto porque no dia anterior tinha andado 4 hrs direto, sem parar, e não tinha sentido nada.. (mas que coisa boa!) .. então fomos andar mais um pouquinho. Consegue subir essas escadas, pai? Consigo! Então bora...