terça-feira, 5 de outubro de 2010

Enquanto houver vida... vai haver saudade.

"já que eu não posso te ver,
fiz essa canção pra você
pois sei que estaremos juntos no acorde final.."


Dizem que viajar é bom, melhor ainda é voltar pra casa. Imagino que quem disse isso pela primeira vez tinha acabado de voltar de uma viagem bem, bem longa e que tinha deixado e levado muita saudade no dia em que partiu. 
Eu não tenho vontade de voltar pra casa. Nenhumazinha. Fui viver meu sonho. volto já. Dia 7 de março, pra ser mais exata, eu volto. Eu tenho sentido sim uma saudadezinha de vez em quando. Assim... quase sempre. Minuto sim, minuto não. Tem coisa aqui que eu olho e lembro de uma pessoa, aí dois minutos depois vejo outra coisa, lembro de outra. Hoje quando vi o cachorrinho, lembrei de Camilinha; quando vi o restinho do meu salgadinho no prato, lembrei de Lirou dizendo que eu tava deixando pro santo; vi o café, lembrei de Miraz. Dá um apertinho no coração, uma vontade de entrar num super jato e ir lá, só pra dar um abracinho bem forte, um cheirinho-de-a-le-crim!
Só se passaram duas semanas. Nos primeiros dias Ingrid tava fazendo as contas.. primeiro contou os dias, depois contou as semanas. Hoje, acho que ela já perdeu as contas. Eu também perdi. Porque pensar nisso dá uma dorzinha no coração. Saudade mata a gente. No início é tanta coisa nova e minha atenção é presa tão facilmente que eu esqueci de tudo. Se tivesse passado uma semana inteira sem falar com ninguém daí, acho que iria continuar sorrindo, saltitando. Mas aí a gente lembra de quem a gente ama. Mamãe. Tanta saudade, tanta. 
Sinto saudade de cada coisinha pequena, de cada detalhezinho. De quando dá 11 horas da noite ver o celular tocando, alguém do outro lado da linha perguntando se eu não lembro que tenho casa. Eu tenho, mãe. E não é aqui. Já, já eu volto pra ela. Saudade de alguém dizendo com uma carinha de sono, às 4 da tarde, que tá carente e que precisa de carinho. Saudade de ser acordada com o som nas alturas, de propósito, saudade de ter alguém fazendo cosquinha, com toda energia, no domingo de manhãzinha e eu dizer toda séria, "Pára, mãe!", só pra vê se ela pára. Saudade de ser trocada pela cachorrinha, saudade de reclamar que fui trocada pela cachorrinha, que eu não tenho mais mãe, que eu deixei de ser a caçula. Saudade de escutar que já repetiu mil vezes que a pasta de dente tem que ser tampada e que não entende qual é o problema que eu tenho em não tampar, parece até que eu não tenho mão. De sempre arrumar uma dorzinha aqui ou ali pra poder não dirigir, de ficar reclamando que eu faço questão de passar por cima de todos os buracos (sempre foram eles que apareceram na minha frente). Saudadezinha, mãe. Saudadezinha.

Mas eu Tou aqui, hoje, exatamente onde deveria estar, quando deveria estar.
Eu encontrei um anjinho, semana passada, que mora aqui por perto. Uma senhora, no Centro Espírita aqui pertinho, disse que já tinha estudado na Uminho, já tinha morado em Sta Tecla, que qualquer coisa era só ligar, mandar um email, a qualquer hora, qualquer hora ela me atenderia. Um anjinho.
Tem um centro Espírita aqui pertinho, a dois minutos da residência. Tem papai do céu, aqui do meu lado, cuidando de mim. 
Tem gente lá, do outro lado do oceano, me esperando.
E é isso que, no dia em que a gente acorda desanimada, com tanta tanta saudade, dá coragem de seguir em frente. Dá vontade de viver o sonho. Porque quando esse acabar, tem outro pra recomeçar.
Porque viajar é bom,
...!

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