sexta-feira, 15 de outubro de 2010

"Tan-tan-ram-tan-taaaaaam Welcome!!"

Chegamos ao aeroporto. Sem maiores problemas dessa vez. Na verdade, na verdade... o problema foi dormir. Chegamos lá por volta das 23 hrs, nosso vôo só sairia às seis da manhã. Colocamos o despertador para tocar às 5, cada uma foi pra sua cadeirinha, vamos dormir! Meia noite... e nada. Meia noite e meia, vi mais coleguinhas chegando. Uma da manhã, o aeroporto já tinha se transformado num verdadeiro hostel. Cada um que arrumasse sua caminha - tinha até quem colocasse lençol no chão e um travesseirinho pra acomodar a cabeça! - e fosse dormir, à espera do vôo. 2 horas, nada. Fui passear. Conheci metade do aeroporto e voltei pra onde nós estávamos. O medo de se perder era grande (esse era o aeroporto complexo, lembra?). Planejei minha vida durante os próximos meses. Pensei nos locais que ainda queria conhecer. Planejei minha vida pra quando eu voltasse a João Pessoa. Em resumo, até 2012 minha vida tá super planejada. E em detalhes.

Cinco da manhã, nos levantamos, fomos pegar o vôo. De Porto pra Madrid não tinham pesado nossa bagagem (a Ryanair estabelece um limite de 10 kg e dimensão 55 cm x 40 cm x 20 cm) mas nesse resolveram pesar. Resultado: no meio do aeroporto, comecei a tirar os casacos de dentro da mochila até que ela ficasse da dimensão correta. Na verdade, só tirei dois casacos e um cachecol e os vesti. Já soube de gente que saiu com a toalha enrolada no pescoço, pra poder diminuir a bagagem, então tá... Nem foi tão constrangedor assim.

Pegamos o vôo, e AÍ SIM eu consegui dormir! Só que o vôo não dura nem uma hora. De repente... "Tan-tan-ram-tan-taaaaaam Welcome!!" Pra quem nunca pegou um avião da Ryanair, essa é a musiquinha que toca quando se chega ao destino. Super engraçada, diga-se de passagem. Estávamos em Valência. 

Fomos direto para o hostel (o Indigo Youth Hostel - eu também recomendo! pagamos 15 euros por noite e não tivemos reclamação alguma) e resolvemos nos deitar um pouco, para depois irmos conhecer a cidade. Uma hora depois, nos arrumamos, ficamos lindas, maravilhosas e suuuuper dispostas (cof, cof, cof) e fomos desbravar Valência. 

Na rua do nosso Hostel, havia a Torre de Quartz. Elas faziam parte de uma muralha construída para defender a cidade, láá pela época de 1400 e tanto. No muro dessas torres há uma homenagem aos heróis que defenderam a cidade das invasões sofridas na época da independência. Ficamos procurando as outras torres, cadê a muralha, a muralha mesmo? Mas não encontramos.

Assim como em Madrid, conhecemos também algumas praças, igrejas, um museu (o Museo de Bellas Artes, que é instalado no local onde outrora foi o colégio Santo Pio V,  e hoje em dia abriga inúmeras obras fazendo alusão à religiosidade... lindas!) e ainda tivemos a sorte de assistir a um desfile que estava acontecendo no centro da cidade, em comemoração ao dia da Comunidade Valenciana (veja mais aqui).

A praça que mais me chamou a atenção foi a Plaza de la Virgen, com sua imensa catedral ao redor. Não pudemos entrar, porque estava a ter (ráá, peguei o sotaque português! - brincadeirinha: estava tendo...) uma missa na hora. Mas por fora era é linda e, assim como todas as igrejas que temos visitado, só em estar ali por perto já dá pra sentir uma paz imensa!

Voltamos cedo para casa, as duas tavam quase mortas de cansadas. Hibernei, das 7 da noite às 8 da manhã do outro dia. Acordei no meio da madrugada, lembrando que comer era preciso. Peguei qualquer coisa numa daquelas maquininhas eletrônicas no hall do hostel, respondi o email de mamãe e voltei a dormir. Quando acordei novamente, já era hora de se arrumar e ir para o congresso. O VI Congresso Mundial Espírita. Eu fui!

No Congresso, havia inúmeros brasileiros. Apesar de estarmos na Espanha, o que mais se escutava era o bom e velho português. E melhor ainda do que escutar as pessoas falando em português: era o português do Brasil! Isso é música para os nossos ouvidos. O congresso foi aberto com chave de ouro com uma palestra de ninguém menos que Divaldo Franco. "Somos espíritos imortais". Somos sim, Divaldo. E na próxima encarnação eu quero vim à mesma época que você, que é pra você poder me ensinar tanto, novamente...

Foi lindo, ótimo, emocionante e super instrutivo. A maioria dos os palestrantes lembravam-se de citar Chico Xavier, alguns deles nos deram provas arrebatadoras da reencarnação, uns outros se fixaram em suas próprias experiências, arrancando-nos lágrimas. No segundo dia, fui entrevistada pela Rádio Rio de Janeiro AM e perguntaram-me o quê, até ali, tinha sido melhor. Não dá para dizer. Foi o conjunto. Foi o estar ali, escutando a palestra de Divaldo; foi o estar ali, ouvindo a música tocar, o piano e o violoncelo, na abertura; foi a sensação de ver tanta gente comprando tanto livro, tanta gente querendo aprender, querendo mudar. Mudar pra melhor. Ser melhor.

Devido à minha participação no Congresso, não tive tempo de conhecer melhor a cidade. Não fui à Cidade das Artes e das Ciências. Não entrei na Catedral, não conheci os Jardins. Mas valeu a pena. Digo e repito: foi maravilhoso.

Na segunda à noite, nos encontramos no Bairro Del Carmen, um bairro que tem próximo ao nosso Hostel e onde acontece a noite de Valência. Apesar de ser segunda-feira, como a terça era feriado, as ruas estavam cheias de gente. Comemos alguma coisa, demos uma voltinha, fomos no hostel pegar as bagagens, voltamos ao aeroporto.

O avião só sairia de lá às seis da manhã, portanto tentamos dormir novamente. E, dessa vez, logramos mais sucesso. Acho que tudo é questão de costume... Se brincar, daqui pra março, vai ser só ver um aeroporto e eu já vou começar a dormir (que nem aí, mãe... quando eu vejo uma cama!). Acordamos, pegamos o avião até Madrid. Passamos a terça-feira inteeeeira no aeroporto. Das 9 da manhã às 6 da noite. Tá bem, da próxima vez acho que não vou ter mais problemas com a complexidade daquele aeroporto.

Chegamos em Braga, finalmente, às 10 horas da noite da terça-feira. Foi esse o fim da nossa primeira aventura (viagem).

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