segunda-feira, 8 de novembro de 2010

"Andiemo!" (Bolonha e Roma - 1ª parte)

O clima aqui em Braga tem se aproximado do inaceitável. É que assim... eu jurava que nao tinha como piorar. Que não tinha mesmo. Que não tinha como fazer mais frio do que já tava fazendo. Tou me referindo a 15 graus. Coisa de paraibano, que ta acostumado com o sol torrando o juízo. Eu jurava. Aí veio Sao Pedro e mandou uma chuvinha, pra provar que eu tava errada. Hoje coloquei dois gadgets na área de trabalho: um com a temperatura de Joao Pessoa, o outro com a temperatura de Braga. O primeiro, marcando 31 graus; o segundo, 11.

Semana passada, no domingo, 31 de outubro, já tinham começado as chuvas aqui em Braga. No sábado chuveu o dia inteiro, sem parar. Era hora de fugir da chuva.

[Braga é conhecida como o "pinico do céu", a cidade em que mais chove em Portugal]

Pasmem, eu também estudo. Por isso que demorei a falar sobre a viagem de Roma. Semana de provas, ó. E um trilhao de trabalhos. No sábado à noite, tava fazendo um trabalho no laboratorio de informatica e tive que ir na lavanderia, que fica no outro bloco. No caminho, começou a trovoar. E a relampejar. Só pra preservar minha dignidade, não vou dar detalhes da minha reação. Mas foi a certeza: era hora MESMO de fugir da chuva de Braga.

Saímos de casa de manhãzinha, tínhamos que pegar o comboio pra Porto (2,20€) e lá pegar o trem que nos levaria a Bolonha. Infelizmente, nao há nenhum vôo (ainda) Porto-Roma (mas a partir de janeiro a Ryanair vai oferecer). Decidimos entao que iríamos para Bolonha e de lá pegaríamos o trem para Roma, de madrugada... pra não gastar com hostel. A passagem ida e volta Porto-Bolonha ficou por 50€.


Só de tardezinha que chegamos em Bolonha. De lá, pegamos o "aerobus", um ônibus que vai do aeroporto à estação de comboio, no centro da cidade. Chegamos na estação, nos situamos: quando desse 11 hrs, deveríamos voltar pra comprarmos nossas passagens e embarcarmos, rumo à Roma.

Eu diria que Bolonha é uma cidade agradável, bonita, etc e tal. Isso caso eu não tivesse ido, em seguida, pra Roma. Qualquer um daqueles ditados se encaixam. Todos os caminhos levam a Roma. Quem tem boca vai à Roma.  E eu queria passar uma eternidade lá, conhecendo. Mentira. Queria ir, voltar, estudar, conhecer mais da história, voltar novamente, estudar mais, conhecer: Roma passa a impressão de que sempre tem algo a mais pra se conhecer, que nenhum tempo é suficiente pra desvendar todos os seus mistérios, pra conhecer cada um de seus segredos, pra deixar a imaginação fluir e sonhar com tudo que já aconteceu ali, naquelas ruínas, naqueles fóruns. Roma é mesmo a cidade Eterna. E me conquistou, de cara.

Mas voltemos a Bolonha.

Saímos da estação e a primeira coisa com a qual nos deparamos foi com uma feira de livros. Aliás, no próprio aeroporto havia uma livraria, com livros em liquidação. 6, 7 euros. E uma coisa que acho que ainda não comentei é que na maioria das livrarias por aqui, tem pelo menos um livro de Paulo Coelho. As Valkirias, Veronika decide morrer, O alquimista. Mas também, infelizmente, na maioria das livrarias também é o único autor brasileiro que aparece.


Começamos a visitar os pontos turísticos que, em Bolonha, todos se circunscrevem a um mesmo local. Não tínhamos nos programado pra isso, porque na verdade achávamos que mal iríamos chegar em Bolonha e pegaríamos o trem direto pra Roma. Mudamos de planos pouquíssimo tempo antes, quando percebemos que o comboio que saia de madrugada era muito mais barato que os que saiam durante o dia (uma diferença de mais de 30 euros! o que nós acabamos pegando saiu por 23€). Dessa vez, conhecemos a cidade aleatoriamente. Um mapa, um guia turístico, e nós três. Três porque dessa vez tivemos mais uma companheira! Aline, do Piauí, que assim como Ingrid, veio pra UMinho cursar um período de Direito.


Na praça, havia uma exposição intitulada "Salve os animais da Ásia" e inúmeras homenagens feitas aos "heróis de guerra". Sejam os heróis da Grande Guerra, sejam os resistentes a ditadura. Inclusive, na semana passada percebi que aqui em braga também há uma estátua, lá no centro, em homenagem aos heróis da Grande Guerra.


 
Foi a noite das presepadas. Em qualquer estátua, tirávamos fotos; imitávamos os modelos das vitrines, mostrávamos toda nossa elegância com nossas botas (quase) iguais. Pegamos o caminho errado, chegamos no meio do nada, demos meia volta e consertamos o erro. Era noite de Halloween, então o que mais  tinha no meio da rua era gente fantaseada, seja de vampiro, de fantasma ou seja lá o que for. O fato é que as fantasias deles eram super incrementadas, super divertidas!





 
Nos divertimos bastante, rimos, comemos... e voltamos pra estação, pra esperar o comboio que nos levaria a Roma. Fugimos da chuva, mas não do frio. Nos sentamos no chão da estação, pra que desse a hora, e quase congelamos. Ninguém pode dormir, se não a gente perde o comboio. Hora de fazer palavra cruzada. Hora de comer. Hora de tirar foto de Rafinha, quase dormindo. Hora de não conseguir ser discreta. Hora de ir embora. Roma nos espera.

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